segunda-feira, 11 de agosto de 2014

XIV - Amor Obscuro ---- HOT HOT HOT

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Acordo lentamente e abro meus olhos aos poucos. Olho ao redor e noto que estou no quarto branco que Nicholas me mostrou mais cedo. Olho pela janela, que tem uma vista preciosa de Seattle, e vejo que já é noite. Quanto tempo será que eu dormir? Olho para o lado da cama e me surpreendo ao ver Nicholas durmindo ao meu lado. Viro-me de lado, ficando de frente para ele e o observo minuciosamente. Ele parece tão jovem e sereno. Não lembra em nada aquele homem másculo do dia-a-dia. Sorrio com meu pensamento. -E que foi abusado por uma vadia!- Grita meu subconsciente. Logo meu sorriso murcha ao lembrar de tudo o que ele me confessou hoje de dia.
Como Nicholas não enxerga o que verdadeiramente aconteceu com ele? E ainda defende essa cadela filha da mãe. O que leva pessoas como Mark e Elena a querer violentar uma criança? Porque para mim foi isso que aconteceu com Nicholas, ele foi violentado! E essa Elena é podre! Nem a conheço mas sei que ela é. Além de abusar de uma criança, ainda a persuadiu, fazendo-a acreditar que fez o bem! Que bem ? Só na cabeça doentia dela que isso é bem! Olho novamente para o rosto de Nicholas e sinto meu coração se comprimir. Pobre Nicholas! -Pobre porque? Ele quer fazer contigo a mesma coisa que Elena fez com ele. ACORDA GOMEZ!– Grita meu subconsciente e estremeço na hora.
Ai meu Deus! Será que estou certa em assinar esse contrato? -Pensa bem Gomez, ainda não assinou. Dá tempo de correr!- Avisa meu subconsciente e deixo-me levar pelas suas palavras. Preciso pensar muito antes de fazer qualquer coisa. Respiro fundo e me levanto da cama lentamente para não acordar Nicholas. Olho em volta e vejo meu vestido da noite anterior sobre a poltrona. Preciso sair daqui antes que ele acorde. É melhor tomar banho em casa. Visto-me rapidamente. Onde será que estão minhas sandálias? Lembro-me que Nicholas os tirou em seu quarto. Dou uma ultima olhada em Nicholas e saio do quarto.
Desço as escadas e vou direto para seu quarto. Encontro minhas sandálias perto da cama. Sento na cama para calçar as sandálias e sinto eu certo desconforto. Merda! Não posso sair sem calcinha. Aliás, cadê minha calcinha? -Nicholas a rasgou, esqueceu bobinha?– Minha deusa interior murmura, toda sorridente. Droga! E agora?
Penso por um instante até que decido ir até o closet de Nicholas. Abro a porta e entro a procura de uma cueca. Abro várias gavetas até achar as cuecas e pego uma. Visto-a rapidamente. Levanto meu olhar e vejo a gravata cinza pendurada. Sorrio com a lembrança que ela me traz. Respiro fundo e saio do closet.
Vou para sala e logo encontro minha bolsa e meu BlackBerry. Pego ele e vejo que ainda são 21:30 da noite. Vejo o contrato em cima do sofá, dou uma ultima olhada em volta e saio do apartamento de Nicholas. Por sorte o elevador está parado no andar de Nicholas. Entro e logo as portas se fecham. Logo as portas do elevados se abrem no térreo e avisto um taxi bem em frente a portaria. Saio correndo do prédio e por sorte deu tempo de entrar no taxi. Digo ao taxista onde ficarei e ele da partida.
Quando dou por mim, estou entrando em meu apartamento. Vejo tudo calmo, um silencio total. Demi deve estar com Joseph. Que bom, só asim tão terei que aturar sua inquisição. Sigo direto para meu quarto, fechando a porta atrás de mim.
Solto uma lufada de ar e de depende sinto uma enorme vontade de chorar. -Não chore Gomez! Você é mais forte que isso!– Meu subconsciente murmura e resolvo segui-lo. Tiro minhas sandálias, o vestido e a cueca de Nicholas que estou vestindo e sigo direto para o banheiro. Entro no box e meu jogo embaixo da agua fria. Sinto o choque em mim pele e logo me sinto mais calma. Encosto a cabeça no azulejo gelado. Preciso espairecer.
Escorrego minhas costa pelo azuleiro até sentar no chão, deixando a agua bater em meu corpo e levar com ela toda a confusão que esta em mim. Puxo meus joelhos até meu peito, abraçando-os e deito minha cabeça por cima deles. Começo a colocar meus pensamentos em ordem. Eu quero mesmo ser submissa? Não posso negar que gostei de tudo que Nicholas fez hoje! Mas estou tão apavorada com a profundidade para onde ele está me levando.
O que ele está me oferecendo é erótico e sensual, e tenho uma enorme curiosidade, mas também tenho medo de que ele me machuque física e emocionalmente. Já me machuquei tanto nessa vida. E foi tão difícil superar o que já vivi e sofri. E se ele me machucar ? Será que terei forças para levantar e seguir em frente ? E o pior é que eu sei que vou assinar esse maldito contrato!
Ai chega de bancar a durona! Chega de ser forte. Solto as lágrimas que até agora estavam presas, deixando-as caírem em uma constante cachoeira. Porque o único cara por qual me interessei na vida, tem que ser um sádico? Que droga de vida! Ele me atraí tanto. Me sinto entorpecida, toda vez que ele me toca. Só de ouvir sua voz meu corpo muda. Que droga!
Permaneço chorando de soluçar na mesma posição pelo o que parece uma eternidade, até que não sinto mais uma lágrima sequer descer de tão esgotada que estou. Sinto minha pele toda enrugada pelo agua e começo a tremer de frio. Me levanto, enxugo minhas lágrimas e começo a me lavar rapidamente. Desligo o chuveiro e saio do box. Me seco com uma toalha e em seguida me visto meu roupão.
Começo a secar meu cabelo com a toalha, andando em direção ao meu quarto quando tomo o maio susto, parando de supetão na soleira da porta.
– Olá Selena. Que prazer revê-la. - Diz o homem furioso, sentado em minha cama. Fico paralisada onde estou, encarando-o. – Então Selena, vai me dizer porque saiu como uma fugitiva de minha casa ? – Ele rosna, me tirando do meu transe.
– O que faz aqui ? Como você entrou ? - Balbucio, ainda em choque.
Ele me fita intensamente, com seus olhos transbordando raiva e o maxilar cerrado.
– Sua amiga estava saindo na hora que entrei. Não fuja do assunto Selena. Porque fugiu ? - Nicholas pergunta com a voz áspera.
– Eu não fugi. Eu deixei bem claro que não dormiria na sua casa, lembra ? - Digo calmamente enquanto me direciono até o meu closet.
 – Sim, também me lembro de ter falado que iria te trazer em casa - Ele rosna, atrás de mim.
– Nicholas, você estava dormindo e eu não quis te acordar. - Digo, cansada enquanto escolho uma roupa para dormir.
Visto a roupa que escolhi dentro do closet de costa para a porta e viro-me para sair quando dou de cara com Nicholas, que esta parado na soleira da porta.
– Licença ? - Peço, impaciente e ele abre caminho. Saio em disparada até minha cama. – Olha Nicholas estou super cansada. Deixa seu discurso para amanhã pode ser ? - Digo enquanto puxo o edredom que a cobre, me deito e me cubro até a cabeça.
Ouço os passos lento de Nicholas ecoar pelo quarto, cada vez mais próximo. Sinto o colchão afundar com seu peso, ao sentar na beirada da cama.
– O que houve? - Ele pergunta e sinto algo em sua voz. Descubro minha cabeça e logo encontro com seu olhar apreensivo. Olho-o interrogativamente. – Você está diferente. Eu te machuquei ? - Ele pergunta mas apreensivo.
– Não. - Respondo
– Então o que foi ? - Ele pergunta e sua voz sai baixinha dessa vez. Solto um suspiro.
– Nada, Nicholas. Só estou cansada e um pouco confusa. É só isso. Quero ficar sozinha pode ser? - Digo exausta. – Agora boa noite e bate a porta quando sair. - Digo e cubro minha cabeça novamente.
Ele continua para do mesmo lugar um bom tempo até que sinto o colchão se mover e acho que está de partida. Enfim ele entendeu que quero ficar só. Mas para minha surpresa, ele puxa o edredom e se deita do meu lado me olhando.
– Com o que você está confusa ? - Ele pergunta calmamente. Bufo e tampo meu rosto com as duas mãos. – Selena, eu ainda estou aqui. - Ele diz, brincalhão. Olho-o por entre meus dedos e tiro as mãos do rosto em seguida.
– Com tudo Nicholas. Com o que aconteceu hoje, o que você me falou. É muita coisa para absorver em menos de 24 horas. - Digo cansada. Ele só me olha.
– Não gostou ? - Ele pergunta, seriamente.
– Não é isso. - Digo.
– Então qual o problema ? - Ele pergunta mais serio ainda.
– O problema é que eu gostei Nicholas! Estranhamente gostei e isso está me confundindo. Sei que hoje você pegou leve. Mas nem sempre será assim. E estou com medo de me machucar, só isso. - Digo e me viro de costa para ele. Ele se aconchega mais em mim, me abraçando por trás. – Não sei se conseguirei ser uma submissa. Eu não tenho um osso submisso em meu corpo e você é controlador ao extremo. Isso é um hobby para você. Não gosto de apanhar e eu vi aqueles utensílios em sua sala de jogos. Taco de golfe, de bilhar, palmatoria, raquete. Eu realmente não quero que você use aquilo em mim! - Digo, decidida e ele só me escuta atentamente.
O silencio se instala entre nós até que Nicholas resolve quebrá-lo.
– Tudo bem, não usarei esses em você. Mas já a minha mão eu não garanto. - Ele diz. Viro-me na cama, de frente para ele.
– E você, não vai embora não ? - Pergunto sorridente.
– Está me expulsando de sua casa ? Ou pior, de sua cama, senhorita Gomez ? - Ele pergunta, zombeteiro.
– Jamais cometeria uma indelicadeza dessas. - Digo e sorrimos. Ele passa uma mão pelo meu rosto, acariciando-me e eu bocejo em resposta.
– Agora durma, baby! - Ele sussurra e deixo-me levar por suas palavras, caindo em um sono profundo.

***
''Algo gelado passa pelo meu corpo lentamente, me fazendo sentir um desconforto imediato. Viro-me na intenção de me desvencilhar mais é inutil. Logo sinto-me sufocada e abro meu olhos em um súbito e avisto uma mão em meu rosto, tapando meu nariz e boca, prendendo minha respiração. Começo a me debater na intenção de me afastar e acabo conseguindo me desvencilhar da mão. Saio da cama com a visão turva e acabo caindo no chão com falta de ar.
– Olá Querida Selena. - Ouço uma voz atrás de mim e a reconheço na hora.
Viro-me e vejo Mark Sullivan com um sorriso diabólico no rosto e com um brilho de ódio no olhar. Levanto-me imediatamente, permanecendo de frente para ele.
– O que você quer aqui Mark ? - Pergunto, apavorada.
– Vim em busca de companhia. Sua mão não está, foi ao supermercado fazer compras e acho que vai demorar. - Ele diz, calmamente.
– E porque ela não me chamou para acompanhá-la ? - Pergunto.
– Ah porque você estava dormindo e ela não queria incomodar a filha cansada da viagem. - Ele diz me fitando de cima a baixo. Sinto-me incomodada diante de seu olhar. – Então, estamos só nós dois e estou me sentindo só. - Ele completa se aproximando. Me afasto lentamente, a cada passo que ele se aproxima e ele para de supetão. – Está com medo, querida ? - Ele pergunta, inclinando a cabeça para o lado e sorri.
– Não. - Minto na esperança dele recuar.
– Mas deveria. - Ele diz e anda rapidamente em minha direção.
Por sorte estou perto da porta e saio de meu quarto correndo para sala, em direção a porta. quando estou quase alcançando a porta de entrada, sinto uma mão puxar meus cabelos e me jogar longe. Caio no chão de bruços mas logo sinto as mãos de Mark me virar, deitando-me de costas no chão, sentando por cima de minhas pernas me prendendo aonde estou e debruçar-se sobre mim. Me debato e ele agarra meus pulsos, prendendo-o fortemente acima de minha cabeça.
– Desde que você chegou de viagem, que eu quero ficar a sós com você. E adivinha? Aqui estamos! - Ele diz, me olhando nos olhos.
– Por Deus Mark, não faça isso. - Choramingo.
– CALA A BOCA, VADIAZINHA! - Ele grita e desfere um tapa em meu rosto, fazendo meu rosto virar.
Sinto o sangue em minha boca. Ele vira meu rosto novamente e começa a desferir mais tapas em meu rosto e começa a beijar meu pescoço e eu me debato embaixo dele insistentemente. Em seguida ele para com seus beijos, solta minha mão e começa a rasgar minha camisola. Continuo a me debater, e vejo-o tirar o cinto que prende sua calça. Arregalo meus olhos e começo a gritar por socorro. Logo sinto o estalo do cinto descer em minha pele, me ferindo, me marcando. Ele continua a me bater com o cinto pelo que me parece uma eternidade até que sinto-me fraca e dolorida. Sinto meus olhos queimando de tantas lágrimas até que elas não consigo mais prendê-las e solto-as. Ele para de me bater e joga o cinto para trás.
– Isso é para você aprender a ficar quietinha. - Ele rosna. Continuo a chorar, com o corpo todo dolorido. Ele inclina sua cabeça para o lado e abre um sorriso diabólico. – Não chora Minha Seleninha. Tenho uma surpresinha para você. - Ele diz.
– NÃO ME CHAME ASSIM SEU PORCO NOJENTO! - Grito e dou-lhe um tapa de fazer sua cara virar. Ele vira seu rosto novamente para mim e me fita furioso. Ignoro a dor em meu corpo e bato nele em meio ao meu ataque de fúria. – EU TE ODEIO ! EU TE ODEIO ! - Grito
– Cala a boca! Eu vou te mostrar o que acontece quando alguém me desafia. Agora você vai ver sua ordinária - Ele rosna.
Tento me desvencilhar dele a todo custo e empurro suas mãos, quando está alcança minha calcinha. Começo a chutá-lo, na tentativa de me afastar quando ele desfere outro tapa, bem forte, em meu rosto. Começo a chorar e a gritar na tentativa de alguém me ouvir, mas parece em vão. Logo ele abaixa sua calça e cueca junto, se debruça sobre mim novamente, se posicionando no meio de minhas pernas e para, me encarando atentamente.
– SOCORRO! SOCORRO! ME DEIXA EM PAZ, MARK. - Começo a gritar, me debatendo. – ME SOLTA, ME SOLTA! ALGUÉM ME AJUDE!- Continuo a gritar na esperança de alguém me ouvir até que sinto minha consciência se distanciar e ir pra escuridão como se alguém tivesse me chamando para outro lugar. Ouço meu nome ser chamado em algum lugar que parece cada vez mais próximo e sinto meus ombros serem sacudidos. "
***
– ACORDE SELENA! - Abro meus olhos imediatamente, sento-me depressa, ofegante e suando frio.
Olho em volta para saber onde estou e me situo do local quando me deparo com Nicholas ao meu lado, me fitando com o semblante preocupado. Sinto meu estômago embrulhar e corro para o banheiro. Me ajoelho diante da privada e deixo todo o conteúdo de meu estômago lá. Sinto as mãos de Nicholas em minhas costas, me amparando, segurando meu cabelo. Depois de deixar quase meu estômago na privada, Nicholas me estende um papel e limpo minha boca. Sento-me diante da privada e apoio minha testa no assento da mesma. Sinto as lágrimas inundarem meu rosto e deixo me levar por elas.
– Oh Nicholas. - Choramingo lembrando-me do pesadelo. Ele se senta atrás de mim e afaga meus cabelos.
– Shhh, está tudo bem baby, acabou, acabou. Foi só um pesadelo. - Ele diz, preocupado.
Sem pensar duas vezes viro-me, jogo meus braços ao redor de sua nuca e desabo a chorar mais ainda. Ele não se move e pouco respira. Quando me acalmo um pouco lembro-me do seu trauma de ser tocado e me afasto rapidamente.
– Desculpe. - Peço enquanto enxugo as lágrimas dos meus olhos.
– Tudo bem. - Ele fala baixo.
Levanto-me, vou até a pia e começo a escovar meus dentes sob o olhar de Nicholas.
– Quer me contar o que aconteceu? - Ele pergunta, cauteloso.
Fito-o pelo espelho e balanço a cabeça negativamente. Ele continua a me olhar e me sinto desconfortável. Enxaguo minha boca e me viro de frente para ele.
– Nicholas, foi só um pesadelo. Esquece. - Digo.
– Não Selena, não foi só um pesadelo. Você passou mal fisicamente. Tem algo que te assusta. Me conta o que é? - Ele diz, me olhando sério e eu gelo.
– Deve ser algo que eu comi e não me fez bem. - Digo num sopro.
– Não gosto que mintam para mim, senhorita Gomez! - Ele diz com a voz gélida.
– Não estou mentindo. - Digo, caminhando de volta para o quarto quando sou impedida abruptamente por Nicholas, que para na minha frente e me olha interrogativamente. Solto um suspiro. – Não sou a única que esconde algo aqui. Conte-me porque não gosta de ser tocado ? - Completo, olhando-o nos olhos.
– Selena isso é um assunto muito delicado. Não gosto de falar sobre mim e isso não está em questão no momento! - Ele diz exasperado. Inclino minha cabeça para o lado.
– Se não confia em mim eu também não posso confiar em você. - Digo, petulante.
– Não é uma questão de confiança. É que.. - Ele para de falar e passa as duas mãos pelos cabelos. – Deixe pra lá... Vamos encerrar esse assunto. Por hora! - Diz, frustrado.
Abro um sorriso e volto para o quarto com ele ao meu encalce. Deito na cama novamente e fito o teto. Nicholas logo se deita de lado ao meu lado, me fitando.

–Selly, você tem certeza de que quer assinar o contrato ? Não quero te forçar a nada! - Ouço a voz apreensiva de Nicholas e rapidamente direciono meu olhar para ele. Viro-me de lado, ficando frente a frente com ele.
– Nicholas, eu sei exatamente o que estou fazendo e aonde eu estou entrando. E pode ter certeza que não faria nada forçada. Vou ser sincera com você, eu imaginava sim ter uma relação normal. Que eu pudesse fazer amor com você, dormir com você, tocá-lo e essas coisas que fazem os casais normais. E antes que você surte, eu não estou apaixonada por você viu. - Sorrio e ele só me fita. – Mas sei que isso não te interessa. Eu sei o tipo de relação que lhe interessa e estranhamente eu tenho curiosidade em experimentar o mundo do BDSM. Só tenho medo de algumas coisas. - Digo expondo todos meus sentimentos com a maior sinceridade. Ele só olha impassível. Respiro fundo. – Eu gostei muito quando você me deu aqueles tapinhas. - Digo e ruborizo na hora. – E isso me confunde muito, como lhe disse antes. Eu não gosto de apanhar. Nunca gostei e pelo que conheço de BDSM, aqueles tapinhas são carícias. Sei que os submissos são castigados duramente. É isso o que mais me aflige. Tenho medo de me machucar não só fisicamente, mas também emocionalmente. Eu sei também que você já abriu mão de muitas coisas no contrato, mas .... - Paro.
– Mas o que Selena ? - Ele pergunta.
– Não quero que me bata. - Digo, suavemente.
– Você apanhou quando criança ? - Pergunta-me, curioso.
– Sim. - Digo secamente, perdida em minhas amargas lembranças com Mark.
– Quantas vezes ? - Ele pergunta e saio do meu transe, direcionando meu olhar para ele em seguida.
– Uma única vez. - Resmungo, na tentativa de acabar com assunto.
– Ok, vamos devagar. Vamos manter a surra fora da lista por hora. Se você se sentir mais confortável em experimentar, nos experimentamos. - Ele diz e eu só assinto de cabeça. – Mas tem uma coisa que nunca irei ceder. - Ele diz, determinado.
– E o que é ? - Pergunto curiosa.
– Você é só minha! Minha e de mais ninguém! Não quero você saindo com outros homens. Nenhum. - Ele diz, enfático.
– Nicholas, eu tenho amigos e sairei com eles. Você também deve ter seus amigos para sair. - Digo
– Eu não tenho amigos, Selena! - Ele resmunga.
– Não? Nenhum ? Ninguem ? - Pergunto, assustada.
– Bem, só tenho uma pessoa que é minha amiga. - Ele diz e logo capto a quem ele se refere.
– Ah sei.. Sua ''amiguinha'' Sra. Robinson - Digo, com desdém e fazendo aspas com os dedos ao mencionar a palavra amiguinha.
– Espero que tenha entendido, Selena. E eu não estou brincando. - Ele rosna, ignorando minha provocação.
– Entendi, Nicholas. - Resmungo e ele abre um sorriso arrogante.
Reviro os olhos diante de seu sorrisinho debochado e ele semicerra os olhos.
– Dá próxima vez que revirar os olhos para mim, irei lhe dar uma palmadas. - Ele ameaça, me fazendo cair na gargalhada.
– Está me ameaçando, senhor Jonas ? - Pergunto, debochada e ele assente de cabeça.
– E pode ter certeza que eu cumpro minhas promessas. - Ele responde.
Em seguida ele aproxima seu rosto do meu e beija a ponta do meu nariz. Sorrio com seu gesto atípico de Jonas.
– Sou a submissa que mais te deu trabalho né, Jonas ? - Digo zombeteira e ele sorri.
– Você é diferente de todas que já tive. - Ele sussurra. – Quando não estiver gostando de algo, promete que irá me dizer ? - Ele completa, e seu semblante fica sério de repente.
– Prometo. - Digo e vejo-o respirar aliviado. – Mas então, você anda com esse contrato para cima e para baixo. Cadê ele ? - Pergunto zombeteira e ele sorri.
– Enviei aos meus advogados para alterá-lo. - Ele diz simplesmente. Ele me puxa para si, deitando de costas na cama e fazendo-me deitar em seu peito. – Agora vamos dormir, baby. - Ele diz.
Continuo calada, com a cabeça deitada em seu peito, ouvido as batidas de seu coração. Lentamente sinto que sua respiração vai se acalmando. Levanto a cabeça e vejo que ele já esta dormindo. Ele parece tão jovem.
Fico horas admirando Nicholas até que sinto minhas pálpebras pesarem e deito minha cabeça novamente em seu peito e adormecendo em seguida...


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Creditos Angel

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