XX - Amor Obscuro (2.4)

Acordo com um pouco de dificuldade em abri os olhos. Sinto algo quente embaixo de mim e logo as lembranças da noite passada me vem a mente. Abro meu olhos lentamente e levando a cabeça, me deparo com o rosto Selena. Nossa ela é tão linda dormindo. Quer dizer, ela é linda de qualquer jeito. Está tão serena em seu sono. Tão angelical, nem parece aquela menina rebelde que estava naquele baile. Olho no despertador e vejo que são 6:00 da manhã. Preciso me arrumar, pois tenho uma reunião importante na JEH daqui a pouco.

Levanto-me devagar para não acorda minha Selena e assim que me levanto, ela se mexe um pouco. Olho seu corpo gloriosamente nú e percebo algumas marcas. Lembro-me rapidamente do sexo violento que fizemos no fim da noite. Abro um sorriso. Realmente nunca pensei que sexo baunilha fosse tão gostoso. Alias, tudo com Selly é gostoso. Até as brigas, que mesmo odiando ser contrariado, eu adoro sua petulância. Sempre me espanto com essa constatação.

Dou mais uma olhada e percebo que tem marcas por todo seu corpo. É baby, quero ver se irá viajar desse jeito. Jamais permitirei que mostre seu corpo em praias. Nem em minha presença, muito menos sem ela. Sorrio satisfeito e pego minhas roupas que deixei no chão, vestindo-a em seguidas. Dou uma ultima olhada em Selly e dou-lhe um beijo casto nos lábios. Ela remexe mais uma vez, mas não acorda. Realmente deve estar cansada. Pego meu sapatos e sigo para a sala. Assim que chego no portão do prédio dou de cara com Demi.

– Bom dia, Jonas. - Ela me cumprimenta, friamente.

– Bom dia, Lovato. - Respondo no mesmo tom.

Sigo em direção ao meu R8 e entro logo em seguida. Dou uma olhada no portão e noto Demi me fitando interrogativamente. Dou partida no carro, sem me importar com ela. Só lhe devolvo as chaves do apartamento, depois que fizer uma cópia para mim, baby! Minutos depois chego ao Escala, já que o apartamento de Selena se localiza perto do meu. Estaciono na minha vaga, na garagem e sigo para o elevador. Assim que entro em meu apartamento, dou de cara com Taylor.

– Bom dia, senhor. - Ele me cumprimenta.

– Bom dia, Taylor. Estarei pronto em alguns instantes. - Digo, ele assente e sai.

Sigo para meu quarto e entro em meu banheiro. Tomo um banho bem rápido já que terei uma reunião as 8:00. Logo sigo para meu closet e visto um terno cinza, com uma gravata preta. Passo os dedos pelos cabelos e saio do quarto, em direção a cozinha.

– Bom dia, senhor. - Gail me cumprimenta assim que chego na cozinha e me sento na bancada.

– Bom dia, Gail. - Cumprimento-a.

– O que vai querer para o café, senhor ? - Ela pergunta.

– Ovos mexidos, bacon e um suco de laranja. - Respondo e ela assente. – E Gail ? - chamo-a antes que ela saia.

– Pois não, senhor ? - Ela vira-se para mim.

– Me traga um remédio para dor de cabeça. - Ela assente e sai.

Porra, o tanto que bebi na noite passada por causa de Selena, está fazendo efeito agora. Não perco o controle com a bebida desde minha adolescência. Também né Jonas, tinha que beber mesmo. Ter que aturar Selena a noite toda com aquele babaca ao lado, e sem poder fazer nada foi irritante! Não sei como me segurei para não voar no pescoço daquele merda! Acho que foi graças a minha mãe. Cada vez que eu sentia que ia perder o controle, eu via o sorriso em seu rosto. Minha mãe é um anjo e salvou minha vida. Não poderia acabar com a festa que ela preparou com tanto carinho.

E também cada um dos olhares amorosos que ela me lançava, me impedia mais de fazer uma besteira. Ontem ela realmente estava radiante. Acho que foi porque percebeu meu interesse em Selena, constatando que eu não sou gay. Também quem não perceberia né, Jonas?! Mesmo com raiva, eu estava igual um idiota babando por ela. Parecia um adolescente bobo.

– Aqui, senhor Jonas. - Gail me tira de meus devaneios com sua doce voz e sua mão estendida com o remédio.

Bebo o remédio e noto que ela já pôs meu café na bancada. Começo a comê-lo e volto para meus pensamentos sobre ontem a noite. Porque Selena tinha que me desafiar e ir com aquele babaca no baile. Se você estivesse a convidado, não teria passado por isso tudo, Jonas! A culpa é toda sua, seu merda! Agora as coisas faz sentido. Se eu tivesse feito isso, a noite teria sido perfeita e não teria brigado com Selena, muito menos aturar sua raiva por causa de Elena. Até agora não acredito que brigamos também por causa de Elena. Ou melhor, por um mau entendido. Espero que Selly tenha entendido que cheguei sozinho a festa e que comecei a falar com Elena um pouco antes dela chegar.

Jamais chegaria acompanhado em um lugar com uma mulher. Muito menos com Elena! Tudo bem que somos amigos, mas seria estranho chegar na casa de meus pais com ela. Não posso dar bandeira de que já tivemos um relacionamento. Bem, até que eu tinha pensado em levar Selena ao baile comigo, mas ai estaria quebrando uma das regras importantes, que é nunca sair com um submissa em público. Muito menos levá-la à casa de meus pais. E já quebrei tantas regras para ter essa mulher, então achei melhor não quebrar essa regra. Não posso dar esperanças de um relacionamento baunilha para Selena! Apesar de ter feito coisas que jamais fiz a outra mulher, esse tipo de relação não me agrada. Ela é só uma submissa. Não assinou ainda, mas tenho certeza que assinará.

Termino meu café e logo Taylor aparece com minha maleta em mãos. Pego-a e logo saímos do meu apartamento. Assim que entro no carro, Taylor dá partida e vagueio novamente para meus pensamentos.

Solto um suspiro e noto que já chegamos em frente ao prédio da GEH. Olho no meu relógio de pulso e noto que faltam cinco minutos para começar a reunião. Merda! Sempre perco a cabeça quando se trata de Selly. Salto do carro apressadamente e faço meu percurso á passos longos até o elevador. Assim que ele se abre em meu andar, Andréia vem ao meu encontro. Passo por ela que nem um furacão e sigo para minha sala.

– Bom dia, senhor Jonas. - Ela me cumprimenta, atrás de mim.

– Bom dia, Andréia. - Digo. – Já está tudo pronto para a reunião ? - Pergunto.

– Sim, senhor. Estão todos a sua espera.

Aceno de cabeça e ela sai. Sigo para a sala de reunião e ao abrir a porta, noto todos os executivos a minha espera, inclusive Ross que é o meu braço direito. Assim que me sento a reunião começa.

Depois de passar duas horas em uma reunião chatíssima, aqui estou sentando em minha sala e como sempre com o pensamento longe. Ainda bem que Ross comandou tudo. Do jeito que eu estou hoje, não iria prestar. Passei cada minuto com o pensamento em Selly. Essa mulher já está se tornando uma obsessão, um vício. Preciso tê-la em minha sala de jogos novamente. Ela precisa assinar esse contrato. Preciso fodê-la e chicoteá-la duramente.

Mas só de pensar em infligir alguma dor ao meu anjo depois de tudo o que ela já passou, já me sinto o pior ser humano. Não consigo vê-la sofrer e pensar que posso ser o causador de seu sofrimento me sufoca. Na noite em que a vi tendo um pesadelo, me senti horrível. Aquilo me matou mais por dentro. Suspeito que seu pesadelo tenha sido de seu passado pelas palavras que ela suplicava e pelo modo que passou mal, assim que a despertei de seu sono. Ali tive certeza que por trás daquela mulher confiante que estava a minha frente negociando um contrato, existe apenas uma menina fragilizada por um passado obscuro.

É tão irônico o modo como Selena e eu somos tão parecidos. Temos um passado de merda. Ela foi violentada por um merda e eu espancado e torturado por um merda também. Será que além de violentá-la, esse infeliz do Mark fez algo a mais com ela? Será que ela foi espancada também? Só de pensar que meu baby pode ter sido espancada por um canalha, eu me sinto um nojo. Não posso fazer com que ela reviva esses momentos. Por via das dúvidas, aceitei manter as surras fora do contrato. Por mais estranho que me pareça, eu não tenho coragem de lhe dar uma cintada. Mesmo com minha compulsão em espancar mulheres para aliviar a minha raiva pelo meu passado de merda.

Tive essa certeza disso na noite passada, quando estava louco para lhe espancar até ela aprender a me obedecer. E por que eu estivesse transbordando raiva, o máximo que eu consegui foi lhe dar uns tapas na hora do sexo. Sei o que é apanhar e só de pensar nisso, os flashbacks de minha infância de merda vem à minha mente. Ouço um zumbido e volto ao presente antes mesmo de relembrar toda minha merda. Olho em cima da mesa e vejo a tela do meu BlackBerry pisca. Pego-o e vejo que é um e-mail de Selly, abro-o imediatamente.

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De: Selena Steele

Assunto: MARCAS PELO CORPO!

8 de junho de 2011 11:55

Para: Nicholas Jonas

COMO VOCÊ OUSA ME DEIXAR TODA MARCADA ? :x

Selena.

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Hum, então quer dizer que já viu meu ''trabalho''. Sorrio e respondo imediatamente, apesar de suas maiúsculas gritantes me irritarem um pouco.

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De: Nicholas Jonas

Assunto: Lição.

8 de Junho de 2011 11:58

Para: Selena Steele

Espero que tenha aprendido a lição.

A propósito, ainda irá viajar, baby ?

Obs: Não estou gostando de suas maiúsculas gritantes, senhorita.

Nicholas Jonas

CEO, Jonas Enterprises Holdings, Inc.

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Espero por sua resposta, mas não ao que me parece desistiu. O que será que ela irá fazer hoje? Pego o telefone chamo por Andreia.

– Andréia, mande Taylor entrar imediatamente. - Ordeno e desligo em seguida. Segundos depois, Taylor adentra em minha sala.

– Taylor, quero que siga Anastácia sem que ela o veja e me contate tudo o que ela esteja fazendo. - Digo autoritário, como sempre. – E faça uma cópia dessas chaves aqui. E depois leve as chaves para Joseph - Entrego-lhe as chaves do prédio e do apartamento de Selly. Ele pega as chaves e sai em seguida.

Em seguida saio de minha sala para almoçar, avisando a Andreia que voltarei dentro de uma hora. Assim que as portas do elevador se abre dou de cara com Ross.

– Jonas, já estava indo lhe convidar para almoçar em um restaurante aqui perto. - Ela diz e sorri.

– Claro, Ross. - Digo e retribuo o sorriso. Ross, além de ser meu braço direito, é uma amiga que fiz ao longo do tempo. A conheci na época de universidade, mas como não tive saco, abandonei no segundo período. E assim que comecei a minha empresa, a contratei e aqui estamos nós na empresa conceituada dos EUA.

Assim que chegamos ao tal restaurante, fizemos nossos pedidos.

– Então Jonas. Quem é a mulher de 500 mil dólares ? - Ela pergunta, com um sorrisinho presunçoso nos lábios. Merda! Me esqueci que Ross estava no baile.

– Uma amiga. - Respondo.

– Só amiga ? - Ela me olha desconfiada. Bufo exasperadamente. Porra! Não tem como esconder nada de Ross.

– É uma mulher que conheci a pouco e me interessei. - Digo com falso desdém.

– Olha, ela deve ser muito importante mesmo. Nunca vi o renomado Nicholas Jonas com nenhuma mulher, muito menos correr atrás de uma. - Ela rir.

– Vai dizer também que achava que eu era gay ? - Pergunto, com sarcasmo.

– Não. Apesar de nunca te ver com mulher alguma, nunca achei que fosse gay. Conheço um gay de longe. Já que entendo muito bem disso. - Ela para e solta uma risada. Claro que entende. Um gay sempre conhece o outro. Com Ross não seria diferente. – Mas achei que fosse um compulsivo por trabalho. - Ela completa. Ah, baby! Se você soubesse..

Sorrio e logo o garçom aparece com nossos pedidos em mãos. Depois de nossa breve conversa, Ross e eu almoçamos em silêncio e logo voltamos para a empresa. Assim que que entro em minha sala, meu BlackBerry toca.

– Jonas. - Atendo ríspido, sem ver que é.

– Senhor Jonas, estou ligando para lhe informar que a senhorita Steele acaba de entrar em uma concessionária. - Ele diz.

Hum uma concessionária é ?! Quer dizer que quer um carro, baby!

– Ok, Taylor.. certifique-se de que qual carro ela irá comprar e me avise imediatamente. - Digo autoritário e desligo.

Espero que não me decepcione com a escolha do carro, senhorita Steele. Suspiro e começo a ler os projetos que estão em minha mesa e enfim consigo raciocinar sem que a Srta Deliciosa impregne meus pensamentos. Meia hora depois meu BlackBerry toca e sei que é Taylor. Atendo no segundo toque.

– Jonas. - Digo.

– Senhor Jonas, logo assim que a senhorita Steele saiu da concessionária, eu entrei e verifiquei o carro que ela deseja. É um New Beetle preto. - Ele responde.

– O QUÊ ? - Grito ao telefone. - Como assim? Taylor faça tudo que puder e troque imediatamente por um Audi A3, como o de todas minha submissa. - Ordeno. Com Taylor não tenho que me preocupar em manter as aparências, já que ele é meu segurança pessoal e sabe de tudo.

– Sim, senhor. - Ele diz e assim desligo, atirando com raiva meu BlackBerry em cima da mesa em seguida.

Como assim um New Beetle?! Aquilo é um ovo! o Audi A3 é mais seguro. Todas minhas submissas teve um e como ela será minha submissa, não será diferente. Passo as mãos pelos cabelos, exasperado e sacudo-a em seguida para espantar a raiva que me possuiu de repente. Volto minha atenção para os projetos, lendo-os com precisão. Horas se passam e quando olho no relógio no que já são 4 horas da tarde e nada de Taylor ligar. Resolvo ligar para ele para ver o que está acontecendo.

– Pois não, senhor ? - Ele atende no primeiro toque.

– Taylor, conseguiu ? - Pergunto, aflito.

– Consegui sim, senhor. Eles irão entregá-lo na terça. - Ele responde, mas noto alto estranho em sua voz.

– Taylor, o que houve? Tudo bem com a Anastásia ? - Pergunto preocupado.

– Não sei senhor, a perdi de vista quando entrei na concessionária. Não encontro-a em lugar algum. Em casa ela não está, já verifiquei. - Ele diz, com certa frustração em seu tom de voz.

– Merda! Assim que encontrá-la, me ligue IMEDIATAMENTE. - Grito e desligo o telefone.

Porra, Selena! Mesmo sem saber, você me desafia. Começo a ligar para seu celular, feito um louco e só cai na caixa portal. Deixo vários recados e nada dela. Decido então lhe enviar mensagens. Já estou começando a me irritar.

*Anastásia, cadê você ? Porque não atende o telefone?*

Espero por meia hora, algum sina dela e nada. Envio-lhe outra mensagem:

*Porra, para quê você tem celular ?*

Dessa vez, espero por uma hora e nada. Taylor liga e diz que não a encontrou. Em tão mando-o voltar para a JEH para buscar-me, pois não trabalharei mais hoje. Pego minhas coisas e saio da sala e aviso a Andreia que só voltarei amanhã. Assim que entro no elevador, ligo para Selly mais uma vez e nada, de novo. Envio outra mensagem assim que chego no estacionamento e avisto Taylor.

*Realmente eu não sou dado a paciência, então para o seu bem é melhor atender o celular*

Entro no carro e ele parte para o Escala, rapidamente. Assim que chego em casa, deixo mais duas mensagem e nada. Inferno! Aquela insuportável da amiga dela, deve saber onde ela está. Já sei.. Vou ligar para meu irmão. Saco meu BlackBerry do bolso e disco o numero dele.

– Fala aí, maninho. - O bastardo me atende no terceiro toque.

– Joseph, sabe onde está a Selly ? - Pergunto, indo direto ao ponto.

– Não, porque ? Aconteceu alguma coisa ? - Ele pergunta, todo preocupado com ela. Como assim ? Você já tem sua garota, bastardo!

– Se eu soubesse, não estaria te ligando. - Rosno para ele.

– Calma aí, estressadinho. Cara você está precisando transar hein. A noite passada não foi boa ? - Ele zomba, fazendo-me enfurecer mais. – Vou ligar para Demi e logo retorno sua ligação. - Ele completa e desliga.

Ando de um lado para o outro, à espera da ligação de Joseph e nada. Parece que estou em um inferno! Odeio ficar sem o comando das coisas. Segundos se passam, mas parecem anos, até que Joseph retorna a ligação e atendo logo no primeiro toque.

– E aí ? - Pergunto, aflito.

– Calma, cara. Ela está com a Demi no shopping, mas já está indo para a casa. - Ele diz, espantado. Acho que pelo meu tom de voz, já que não fiz questão de esconder minha aflição.

– Ta bom, obrigado. - Digo e desligo.

Solto um longo suspiro aliviado. Que bom que ela está indo para casa. Enfim uma coisa boa. Ah, Selena. Até longe, você agita o meu mundo. Sorrio e sigo para o quarto. Tiro minhas roupas quando entro no quarto e sigo para o banheiro. S´o um bom banho para refrescar.

Depois de tomar um longo e refrescante banho, vou para a cozinha jantar. Hoje, estou morrendo de fome. Alias mais do que o normal. Deve ser o estresse. Como de costume, janto sozinho e perdido em pensamentos. Preciso agendar o que farei com a Selly esse fim de semana. Amanhã levarei o contrato já redigido conforme aos limites dela. Termino meu jantar e sigo para o quarto. Quem sabe essa noite, eu consiga dormir, sem que o filho da puta do cafetão invada meus sonhos, transformando-o em pesadelos. É por isso que estou gostando de dormir com a Selly. Estranhamente ela me acalma. Sua doçura e sua paz celestial me protege, enquanto durmo.

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Creditos Angel